terça-feira, 16 de agosto de 2016

Servidores - Nascido para criar (Parte 1)

Não me culpe, culpe meu servidor.

Olhe este fodendo quadro, olhe como esses detalhes são completamente do caralho, olhe em como
a porra do homem pode ser tanto criação quanto criador e esta dialética zika da criação é exposta
de uma fodendo forma tão genial que até uma mula igual você iria entender.

 Há aqueles que digam que o homem foi criado, há aqueles que questionam então quem criou o criador. Eu gosto de ir um pouco além, gosto da ideia de que se fomos costurados átomo por átomo através de um processo seguido de eventos oportunos em um acúmulo tão descomunal que aparenta tão natural quanto mágica, é porque simplesmente estamos em um universo aonde a existência se resume a criar. Produzir um filho, construir um abrigo, aumentar nossos músculos, ter dentro da biblioteca mental tantos livros que ultrapassariam o céu. Nós estamos presos ao processo de produzir, de criar, pois isso é um processo inerente a nossa consciência racional - nossos genes "criam" nosso corpo através de seus leões de chácara enzimáticos e proteicas, as células (e no conjunto da obra, na máquinha de sobrevivência). Deuses nos "usaram" para construção de templos, estátuas e outras coisas. É difícil essa minha geração não percebe que existe uma semelhança muito estranha em fazer seus próprios sanduíches e em tomar as rédeas da sua vida no seu novo viver como ser-deus... é foda...



 O ser humano, por si, não tem uma essência - essa pelo menos é minha visão filosófica disso. Porém para toda entidade informacional existente podem ser atribuídas certas propriedades e comportamentos básicos, nós não somos exceção. Um desses comportamentos básicos (bem como a destruição, mas podemos falar disso em outro texto) é o de criação ou componente criativo. O ser humano tem todas as plenas capacidades de criar. Desta forma ele é de certa forma como um deus em um pequeno universo ou mesmo como o astro rei de uma série de outras entidades informacionais que foram criadas por este, subordinadas a sua luz que permite a vida (essa "luz" pode ser chamada de fluxo de informação). É claro que tudo que está no alto é como o que está embaixo, seria muito inocente imaginar que não somos subordinados ou criados por uma ordem informacional superior - tão inocente como pensar que essa ordem ou entidade não seriam as leis da física, por exemplo.
 O que muda é que diferente das leis da natureza, que aparentam ser mais estáveis e graciosas são desprovidas de qualquer contexto de intencionalidade, é por isso que são estáveis e graciosas. Isso seria como a Vontade com V maiúsculo, uma forma de medida cuja unidade básica seria o Desejo: a visão da vontade após passar pelo prisma de uma consciência-indivíduo, se tornando desejo. O desejo tem como característica um excesso de contexto, ele é de aparente maior randomicidade e falta de graça que a vontade (mas como uma formiga entre o formigueiro, por mais randômica que pareça o desejo, o conjunto de desejos unidos forma a Vontade) e não aparenta ser possível de prever.
 Ou seja, estamos presos a ordem informacionais superiores de criação (que nos criaram) e podemos nós mesmos nos tornar uma ordem informacional, criando outras entidades informacionais e estabelecendo regras para estas. Uranus, seu cuzão!
  

- Bom dia, pão de mel!
- Bom dia, senhorita, ele não se encontra, aqui é o servidor daemonico pandimensional dele.
- Ah, é você, Clóvis! Avisa que eu mandei um beijo.
- Pode deixar, eu aviso sim.


 Gosto de pensar em como cada ser humano como um potencial, se não um, criador. Devemos nos vislumbrar como participantes da construção da realidade, não meros observadores às criações dos outros. Quando pensamos e observamos nós mesmos, percebemos que nossa consciência possui diversos departamento distintos, ferramentas diferentes como um canivete suíço feito para destrinchar cada peça da realidade. Mas estas ferramentas são limitadas quando temos o limite humano como um fator limitante. Parte do processo de criação consiste em criar uma peça, uma pupa informacional que não sobreviveria em nenhum lugar exceto na cela confortável do contexto. Fora de seu lugar, ela não é nada, assim como são as pessoas (ou as formigas) sem o total social que as insere em seu contexto de ser. Ok, ok, chega de metafísica bizarra...



 Como começar?

 O que não tem nome não existe. Isto é, o que não nos é útil como seres humanos, não existe na realidade informacional total humana. Quando damos nome a algo possibilitamos existir no nosso universo informacional e cognitivo, delimitamos e classificamos. Alfaces, Taiobas e Cactos são todas plantas, chamamos cada uma de uma forma para não colocar um cacto na salada ou para não comer os tubérculos das taiobas achando que é inhame - essa classificação, mesmo que funcional das coisas exemplifica bem o porque a necessidade de um nome.
 Nomear e "personificar" algo aparenta como uma visão espiritual antropomórfica, mas faz sentido. Quando colocamos um nome  a um fenômeno natural, podemos separá-lo do todo em nossa análise cognitiva do universo e analisar sua causas e propriedades até o ponto de dominá-lo (assim como os raios ou a fissão nuclear). Neste mecanismo funcional, nomear algo que não existe é como criar um "fenômeno natural placebo", uma série de interações randômicas que resultam em uma forma-informação palpável ou mesmo visualizável e destacável do meio. Desta forma conseguimos isolar essa entidade informacional e percebe-la agora, em suas propriedades e comportamento.
 Dentro de vários modelos de magia se trata sobre o processo de criar esse tipo de "evento placebo" através de rituais, técnicas de visualização, coisas estranhas com esperma e sangue... Falaremos mais dos elementos necessários e em como você pode fazer isso na sua casa na parte 2!


Não se pode dar vida a uma ideia.
Ao tê-la, você já deu vida a ela.
E logo logo, ela voltará cobrando a pensão.

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